Zangada, desiludida, triste!! Com uma semana difícil, foi horrível acordar para uma realidade ainda pior..Já passaram uns dias mas ainda agora fico com a voz fraca, fico aquela sensação terrível de uma falha na minha vida, na minha infância! Todos dizem o mesmo, mas que raio, que merda!! Quero lá saber o que toda gente diz, "sim sim, é momento de lembrar as coisas boas deixadas, as recordações felizes e assim foi melhor"! Eu sei disso tudo, melhor que muita gente. Compreendo o quanto foi melhor assim. Mas estou farta de o ouvir, farta. Nada disso muda o que sinto, nada disso muda a minha dor, e tristeza. E hoje, mais que para mim falo para ti:
Vou sentir a tua falta!! Acima de tudo vou mesmo sentir a tua falta! Cada gargalhada, cada piada sem sentido e com o maior dos sentidos. O camarão nunca faltava, sempre picante, estupidamente picante e era assim que gostávamos, era assim que tinha de ser. Os lábios inchavam e lá vinha a piada do silicone. E o Rambo?? Ok pode ser, pela..sei lá quantas vezes foram..não consigo conta-las. Os jogos de bingo a 5 cêntimos (que não eram teus nem meus). Vou sentir a tua falta tio Jornal!!!

"Todo o norte vibrou com a vitória do Braga na "Taça de Portugal" de 1965/66. Foi uma vitória sem a mais pequena sombra. Final do povo o dia 22 de Maio de 1966 ficou para sempre gravada a letras de ouro na história do S.C. Braga.
O Sporting Clube de Braga, 10º classificado no Campeonato Nacional desse ano, vence, com surpresa de alguns, mas com a justiça reconhecida por todos a 26ª edição da Taça de Portugal. E não foi fácil, pelo caminho os bracarenses deixaram de uma forma briosa, a Ovarense, o Atlético, os Açoreanos do Lusitânia, o Benfica (Campeão Europeu) e o Sporting (vencedor do campeonato da época) para defrontarem na final a categorizada formação setubalense, 5º classificado, detentor do Troféu e equipa que pouco tempo antes havia brindado o Braga com 7-0 para o Campeonato Nacional.
Vitória por 1-0 com golo de Perrichon. Contrariando o natural favoritismo do antagonista, os futebolistas do Sporting de Braga, conseguiram realizar uma exibição notável. Por isso o tratamento de "heróis" com que foram apelidados e carinhosamente tratados tanto no Jamor como na entusiástica recepção em Braga.
A cidade havia-se mudado para Lisboa e Jamor transformou-se na mais popular romaria minhota. Os bracarenses acorreram aos milhares. Em Braga o comércio fechou, organizaram-se excursões, alugou-se um comboio especial e levaram-se Zés Pereiras e muito, muito verde. Apostando na inteligência para controlar o adversário e tirando partido da sua altivez o Braga seduziu os 35000 espectadores presentes e calou a crítica especializada. Manuel Palmeira, uma velha glória do clube, auxiliado pelo Secretário Técnico Sim-Sim, conduziu com mestria a equipa e a final plebeia - como lhe chamaram - transformou-se no mais nobre duelo disputado por duas equipas que honraram o emblema que tinham ao peito.
Em hora de recordações, não seria correcto distinguir nenhum atleta em particular, mas é impossível esquecer a grande exibição de Estevão ao "secar" Jaime Graça, e o golo, a 15 minutos do final, do argentino Perrichon. O Braga, 10º classificado no campeonato nacional estava por direito próprio na Taça das Taças. Esta conquista - o mais belo feito do clube - traduz também e de uma forma vincada, o amor clubista com que a cidade e os associados em particular, nutrem pelo Sporting de Braga.
Toda a cidade empunhando bandeiras e dísticos alusivos, esperou a comitiva bracarense e em carro aberto, desfilou de Ferreiros até à Câmara Municipal e à sede do Clube.
Os onze magníficos: Armando, Mário,
Juvenal, Coimbra, José Maria, Canário, Luciano, Bino, Adão, Perrichon e Estevão."

Quem foi para muitos o Juvenal, era para mim o meu tio Jornal...Para sempre o meu tio, mais tio do que qualquer outro. Vou sentir a tua falta..E eu sei que estás bem..melhor que nós. Fico feliz, mas não deixo de ser egoísta e dizer-te..Vou sentir a tua falta!!